Tratamento da dependência de substâncias com o auxílio da Ibogaína: um estudo retrospectivo
29 de setembro de 2014, Journal of Psychopharmacology
Autores: Eduardo Ekman Schenberg, Maria Angélica de Castro Comis, Bruno Rasmussen Chaves, Dartiu Xavier da Silveira
A ibogaína é um alcalóide que parece constituir um tratamento eficaz para a dependência de substâncias. No entanto, a sua eficácia tem sido difícil de avaliar, em parte porque é ilegal em alguns países. Nesses locais, os tratamentos são realizados em ambientes underground onde inclusivamente ocorrem fatalidades. No Brasil, a ibogaína não é regulamentada e uma abordagem combinada de psicoterapia e ibogaína está a ser praticada para tratar a adição. Para avaliar a segurança e eficácia da ibogaína, realizamos uma análise retrospectiva de dados de 75 usuários prévios de álcool, canábis e cocaína (72% poli-consumidores). Não observamos reações adversas graves ou fatalidades e verificamos que 61% dos participantes ficaram abstinentes de consumos. Os participantes tratados com ibogaína por apenas uma vez relataram abstinência por uma média de 5,5 meses e aqueles tratados várias vezes por uma média de 8,4 meses. Este aumento foi estatisticamente significativo (p < 0,001), e ambos os tratamentos únicos ou múltiplos levaram a períodos de abstinência mais longos do que os períodos prévios à primeira sessão de ibogaína (p < 0,001). Estes resultados sugerem que o uso de ibogaína supervisionado por um médico e acompanhado por psicoterapia pode conduzir a períodos prolongados de abstinência, sem a ocorrência de fatalidades ou complicações. Estes resultados sugerem que a ibogaína pode constituir um tratamento seguro e eficaz para a dependência de estimulantes e outras drogas não opiáceas.
Artigos relacionados
Psicadélicos e Saúde Mental: um estudo populacional
19 de agosto de 2013 • PloS One • Teri S. Krebs, Pål-Ørjan JohansenUso de Ayahuasca e efeitos relatados nos sintomas de Depressão e Ansiedade: um estudo transversal internacional de 11.912 consumidores
1 de abril de 2021 • Journal of Affective Disorders Reports • Jerome Sarris, Daniel Perkins, Lachlan Cribb, Violeta Schubert, Emerita Opaleye, José Carlos Bouso, Milan Scheidegger, Helena Aicher, Hana Simonova, Miroslav Horák, Nicole Leite Galvão-Coelho, David Castle, Luís Fernando Tófoli