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Ketamina versus ECT para depressão major não psicótica resistente ao tratamento

KetaminaEnsaio Clínico

24 de maio de 2023, New England Journal of Medicine

Autores: Amit Anand, Sanjay J. Mathew, Gerard Sanacora, James W. Murrough, Fernando S. Goes, Murat Altinay, Amy S. Aloysi., Ali A. Asghar-Ali, Brian S. Barnett, Lee C. Chang, Katherine A. Collins, Sara Costi

A terapia eletroconvulsiva (ECT) e a ketamina intravenosa subanestésica são usadas atualmente para depressão major resistente ao tratamento, mas a eficácia comparativa dos dois tratamentos permanece incerta.

Métodos: Os autores conduziram um estudo open-label, randomizado, envolvendo pacientes encaminhados a clínicas de ECT para depressão major resistente ao tratamento. Pacientes com depressão major resistente ao tratamento sem psicose foram recrutados e randomizados numa proporção de 1:1 para receber ketamina ou ECT. Durante uma fase inicial de tratamento de 3 semanas, os pacientes receberam ECT três vezes por semana ou ketamina (0,5 mg por quilograma de peso corporal durante 40 minutos) duas vezes por semana. O outcome primário foi uma resposta ao tratamento (ou seja, uma diminuição de ≥50% desde o início na pontuação do Inventário Rápido de Sintomas Depressivos de 16 itens – Autorrelato; as pontuações variam de 0 a 27, com pontuações mais altas indicando depressão mais significativa). A margem de não inferioridade foi de -10 pontos percentuais. Os outcomes secundários incluíram pontuações em testes de memória e qualidade de vida relatada pelo paciente. Após a fase inicial do tratamento, os pacientes que apresentaram resposta foram acompanhados por um período de 6 meses.

Resultados: Um total de 403 pacientes foram randomizados em cinco centros clínicos; 200 pacientes foram designados para o grupo ketamina e 203 para o grupo ECT. Após 38 pacientes terem desistido antes do início do tratamento designado, ketamina foi administrada a 195 pacientes e ECT a 170 pacientes. Um total de 55,4% dos pacientes no grupo ketamina e 41,2% no grupo ECT tiveram uma resposta (diferença, 14,2 pontos percentuais; intervalo de confiança de 95%, 3,9 a 24,2; P <0,001 para a não inferioridade da ketamina em relação à ECT ). A ECT pareceu estar associada a uma diminuição na evocação da memória após 3 semanas de tratamento (diminuição média [±SE] no T-score para recordação atrasada no Hopkins Verbal Learning Test–Revised, −0,9±1,1 no grupo ketamina vs. −9,7±1,2 no grupo ECT; as pontuações variam de −300 a 200, com pontuações mais altas indicando melhor função) com recuperação gradual durante o acompanhamento. A melhora na qualidade de vida relatada pelo paciente foi semelhante nos dois grupos de estudo. A ECT foi associada a efeitos adversos musculoesqueléticos, enquanto a ketamina foi associada à dissociação.

Conclusões: A ketamina não foi inferior à ECT como terapia para depressão major resistente ao tratamento sem sintomas psicóticos.




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