Ibogaína
A ibogaína é uma triptamina conhecida pelas suas propriedades psicoativas, e é classificada como um psicadélico não clássico. É um alcaloide presente na raiz da planta Tabernanthe iboga e na planta Voacanga africana.
O uso da ibogaína é bem documentado desde há vários séculos pela religião Bwiti, uma das três religiões reconhecidas do Gabão e da República dos Camarões. Na tradição Bwiti esta substância é utilizada para combater a fadiga, promover o crescimento espiritual, fortalecer laços na comunidade e para propósitos de cura.
A ibogaína semi-sintética chegou a ser comercializada em França entre 1939 e 1970 sendo vendida como um estimulante neuromuscular (Lambarene®). Este produto foi retirado do mercado em 1966 quando a venda de produtos contendo ibogaína se tornou ilegal neste país. Foi também classificado como substância da Categoria I nos EUA.
O interesse pelo uso terapêutico da ibogaína no tratamento de Perturbação de Uso de Substâncias (principalmente opioides, cocaína e álcool) tem crescido exponencialmente. No entanto, o uso deste alcaloide está associado a efeitos adversos cardiovasculares importantes e, por isso, a comunidade científica tem procurado sintetizar substâncias que possam conter os efeitos terapêuticos da ibogaína, mas minimizando os efeitos adversos. Entre estas substâncias sintéticas encontramos a Noribogaína (12-hidroxibogamina), a 18MC (18-metoxicoronaridina) e o Tabernantálogo.