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Ketamina

A ketamina é um antagonista dos recetores NMDA do glutamato, aprovado e utilizado como um fármaco anestésico desde os anos 1970 e é desde 1985 integrante da “Lista de Medicamentos Essenciais da Organização Mundial de Saúde”.

Desde cedo se percebeu que doentes operados sob o efeito de ketamina, apresentavam, frequentemente, ao acordar, um quadro transitório de manifestações psicológicas atípicas, com potencial interesse terapêutico no campo da saúde mental. A aplicação da ketamina em saúde mental iniciou-se também na década de 1970, quando começou a ser usada como adjuvante de psicoterapia, contando, assim, com cerca de 50 anos de investigação.

Durante a sua aplicação, a ketamina induz modificações do estado de consciência com muitas semelhanças com aquelas induzidas por psicadélicos clássicos (p.e. psilocibina), pelo que é amplamente considerada um psicadélico atípico ou equiparável a um psicadélico clássico, pela comunidade científica internacional, incluindo autores de instituições portuguesas.

Sobretudo ao longo das últimas duas décadas, a ketamina tem sido investigada e clinicamente utilizada como um tratamento farmacológico inovador, com eficácia demonstrada em pessoas com DRT. No panorama internacional, constitui uma opção terapêutica descrita nos principais livros de psicofarmacologia e é considerada a par com tratamentos estabelecidos, como a eletroconvulsivoterapia (ECT) e a estimulação magnética transcraniana (TMS). Simultaneamente, a prática de combinar a administração de ketamina com uma intervenção psicológica em contexto individual, de forma estruturada, limitada no tempo e orientada consoante os objetivos e capacidades individuais de cada doente encontra atualmente uso e evidência crescentes, constituindo um modelo terapêutico genericamente designado por Terapia Assistida por Ketamina (TAK).

Além disso, uma vez que se trata de um fármaco há várias décadas em utilização e amplamente disponível na maioria dos hospitais, o seu custo é reduzido, algo que contrasta largamente com a formulação intranasal de um dos seus enantiómeros (a esketamina), sintetizada e patenteada por um laboratório farmacêutico e recentemente aprovada pela FDA e pela Agência Europeia do Medicamento para a DRT, a qual apresenta um custo mais elevado, uma das razões pela qual tem tido uma difícil introdução no mercado e nas farmácias hospitalares, dificultando a sua acessibilidade à população que lhe é destinada. Estudos demonstraram que a ketamina é mais eficaz do que a esketamina no tratamento da depressão, tendo uma análise farmacoeconómica também demonstrado que é mais vantajosa numa relação de custo-efetividade.





Substâncias Psicadélicas

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