Avaliação dos efeitos das diferenças metodológicas nos resultados no uso de psicadélicos no tratamento de perturbações de ansiedade e depressão: uma revisão sistemática e metanálise
14 de setembro de 2021, Journal of Psychopharmacology
Autores: Robert F Leger, Ellen M Unterwald
Os psicadélicos clássicos são um grupo de substâncias que atuam como agonistas no receptor de serotonina-2A (5-HT2A). Evidências sugerem que estas podem ter um efeito positivo excepcionalmente rápido e duradouro no humor. No entanto, a marcada heterogeneidade entre os desenhos metodológicos neste campo emergente continua a constituir uma preocupação significativa.
Objetivo: Determinar como as diferenças no tipo de substância psicadélica usada e o número de sessões de administração afetam os resultados dos scores de depressão e ansiedade e reações adversas a medicamentos (RAM).
Métodos: Esta revisão colheu e examinou 1.591 registos das bases de dados MEDLINE e Web of Science relativos a ensaios clínicos relatando dados objetivos sobre indivíduos com ansiedade ou depressão conhecida.
Resultados: Após um processo de triagem, 9 ensaios clínicos preencheram os critérios de inclusão. A meta-análise desses estudos mostrou tamanhos de efeito positivos significativos e grandes para medidas de ansiedade (d = 1,26 de Cohen) e depressão (d = 1,38 de Cohen). Esses efeitos positivos também foram significativos em pontos de tempo curtos (⩽1 semana) e mais prolongados (>1 semana). Não foram observadas diferenças significativas entre os ensaios usando diferentes agentes psicadélicos (psilocibina, Ayahuasca ou dietilamida do ácido lisérgico (LSD)), no entanto, uma diferença significativa foi observada em favor de ensaios com múltiplas sessões de administração. Nenhuma RAM grave foi relatada.
Conclusão: A psilocibina, a Ayahuasca e o LSD parecem ser agentes eficazes e relativamente seguros, capazes de produzir melhorias rápidas e sustentadas na ansiedade e na depressão. Além disso, os resultados da presente análise sugerem que eles poderão apresentar uma maior eficácia quando administrados a pacientes em várias sessões, em comparação com uma sessão única, mais comummente usada em muitos dos ensaios existentes.
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