O estado atual da investigação sobre Ayahuasca: uma revisão sistemática de estudos humanos avaliando sintomas psiquiátricos, funcionamento neuropsicológico e neuroimagem
10 de junho de 2016, Journal of Psychopharmacology
Autores: Rafael G Dos Santos, Fermanda M Balthazar, José C Bouso, Jaime Ec Hallak
Nas últimas décadas, o uso da Ayahuasca (AYA) – uma preparação psicadélica rica em β-carbolinas e dimetiltriptamina tradicionalmente usada por tribos do noroeste da Amazónia para fins rituais e terapêuticos – espalhou-se da América do Sul para a Europa e os EUA, levantando preocupações sobre sua possível toxicidade e sobre o seu potencial terapêutico. Assim, é importante analisar os efeitos agudos, subagudos e a longo prazo da AYA para avaliar a sua segurança e toxicidade.
Objetivos: O objetivo deste estudo foi realizar uma revisão sistemática de estudos humanos avaliando os efeitos da AYA em sintomas psiquiátricos, funcionamento neuropsicológico e neuroimagem.
Métodos: Os artigos publicados até 16 de dezembro de 2015 foram incluídos nas bases de dados PubMed, LILACS e SciELO seguindo uma estratégia de pesquisa abrangente e um conjunto pré-determinado de critérios para seleção de artigos.
Resultados: A revisão incluiu 28 artigos com texto completo. A administração aguda de AYA foi bem tolerada, aumentou a introspecção e o humor positivo, alterações da percepção visual, ativação das regiões frontal e paralímbica e diminuição da atividade da Default Mode Network. Também melhorou o planeamento e o controlo inibitório e prejudicou a memória de trabalho, mostrando potencial terapêutico antidepressivo e antiaditivo. O uso de AYA a longo prazo foi associado ao aumento da espessura cortical do córtex cingulado anterior e aplnamento cortical do córtex cingulado posterior, que foi inversamente correlacionado com a idade de início e intensidade do uso prévio e espiritualidade. O uso subagudo e de longo prazo de AYA não foi associado ao aumento da psicopatologia ou défices cognitivos, sendo associado humor positio, aumento da espiritualidade e redução da impulsividade.
Conclusões: O uso agudo, subagudo e de longo prazo de AYA parece apresemtar baixa toxicidade. Estudos preliminares sobre os potenciais efeitos terapêuticos do AYA precisam ser replicados devido às suas limitações metodológicas.
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