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O terapeuta oculto: evidências do papel central da música na terapia psicadélica

Estudo Qualitativo

2 de fevereiro de 2018, Psychopharmacology

Autores: Mendel Kaelen, Bruna Giribaldi, Jordan Raine, Lisa Evans, Christopher Timmerman, Natalie Rodriguez, Leor Roseman, Amanda Feilding, David Nutt &Robin Carhart-Harris

Estudos recentes apoiaram a segurança e eficácia da terapia psicadélica para perturbações do humor e perturbações do uso de substâncias. A música é considerada um componente importante no modelo de tratamento, mas poucas investigações empíricas foram feitas para examinar a magnitude e a natureza do seu papel terapêutico.

Objetivos: O presente estudo avaliou a influência da música na experiência aguda e nos resultados clínicos da terapia psicadélica.

Métodos: Entrevistas semiestruturadas indagaram sobre as diferentes formas pelas quais a música influenciou a experiência de 19 pacientes submetidos à terapia psicadélica com psilocibina para depressão resistente ao tratamento. Uma análise fenomenológica interpretativa foi aplicada aos dados das entrevistas para identificar os principais temas. Além disso, foram dadas classificações para cada paciente quanto ao grau em que eles expressaram “gosto”, “ressonância” (música experienciada como “harmoniosa” com o estado emocional do ouvinte) e “abertura” (aceitação da música - experiência evocada).

Resultados: As análises das entrevistas revelaram que a música teve influências “bem-recebidas” e “indesejadas” nas experiências subjetivas dos pacientes. As influências bem-recebidas incluíram a evocação de emoções e imagens mentais pessoalmente significativas e terapeuticamente úteis, um senso de orientação, abertura e promoção de calma e sensação de segurança. Por outro lado, as influências indesejáveis ​​incluíam a evocação de emoções e imagens desagradáveis, uma sensação de estar equivocado e alguma resistência. As análises de correlação mostraram que a experiência dos pacientes com a música estava associada à ocorrência de “experiências místicas” e de alguma “perspicácia”. Crucialmente, a natureza da experiência musical foi significativamente preditiva de reduções na depressão 1 semana após a psilocibina, enquanto a intensidade geral da substância não foi.

Conclusões: Este estudo indica que a música desempenha uma função terapêutica central na terapia psicadélica.




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