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Seguimento a longo prazo de participantes em ensaios clínicos com ketamina para perturbações do humor

KetaminaEnsaio Clínico

29 de junho de 2024, Journal of Affective Disorders

Autores: Philip R. Wang, Mani Yavi, Carlos A. Zarate Jr., Elizabeth D. Ballard

Os participantes que receberam cetamina no NIMH foram dos primeiros a receber ketamina para a depressão em ensaios clínicos controlados, proporcionando uma oportunidade única para avaliar os resultados a longo prazo. Esta análise avaliou a relação entre a participação num ensaio clínico de ketamina e o uso subsequente de cetamina/escetamina após a saída do ambiente de investigação.

Métodos: Os participantes atendidos no Ramo Experimental de Terapêutica e Fisiopatologia do NIMH de 2002 a 2022 (n = 1.000) foram contactados para avaliação de seguimento. Os participantes referiram se tinham consumido ketamina/esketamina, se tinham procurado ketamina não prescrita, se tinham tentado o suicídio ou se tinham sido hospitalizados psiquiátricamente desde a alta. Foram também recolhidas informações sobre sintomas depressivos recentes, sintomas dissociativos e alucinações.

Resultados: Dos 203 participantes nas avaliações de seguimento (55% do sexo feminino, tempo médio desde que abandonaram o NIMH = 9,04 anos), 52 (25,6%) receberam originalmente ketamina no NIMH e os restantes participaram em estudos sem ketamina. Os indivíduos que receberam ketamina no NIMH tiveram maior probabilidade de receber ketamina/esketamina após a alta do que aqueles que não receberam ketamina no NIMH (OR = 0,25, p < 0,001). Os participantes que relataram o consumo de ketamina/esketamina após a alta relataram mais sintomas depressivos do que aqueles que não o fizeram (p < 0,001). Receber ketamina no NIMH não foi associado a diferenças nas tentativas de suicídio, hospitalizações psiquiátricas, dissociação, alucinações ou tentativa de obter ketamina não prescrita.

Limitações: Baixa taxa de participação em estudos de seguimento; tempo variável desde a alta.

Conclusões: Os participantes que receberam ketamina num ensaio clínico do NIMH tiveram maior probabilidade de receber ketamina/esketamina após a alta, mas nenhum relatou sintomas indicativos de abuso. Os resultados sublinham a necessidade crítica de seguimento a longo prazo dos indivíduos que recebem estes e outros antidepressivos de acção rápida.




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