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Alterações nos biomarcadores inflamatórios estão relacionadas com efeitos antidepressivos da Ayahuasca

AyahuascaEnsaio Clínico

10 de julho de 2020, Journal of Psychopharmacology

Autores: Nicole Leite Galvão-Coelho, Ana Cecília de Menezes Galvão, Raíssa Nóbrega de Almeida, Fernanda Palhano-Fontes, Isaac Campos Braga, Bruno Lobão Soares, João Paulo Maia-de-Oliveira, Daniel Perkins, Jerome Sarris, Draulio Barros de Araujo

A Ayahuasca é uma bebida tradicional da Amazónia e as suas potenciais propriedades antidepressivas foram recentemente exploradas em ambientes científicos. Os autores realizaram um estudo duplo-cego controlado por placebo utilizando a Ayahuasca em pacientes com depressão resistentes ao tratamento (n = 28) e controlos saudáveis ​​(n = 45).

Objetivo: Os autores procuraram avaliar os biomarcadores inflamatórios sanguíneos proteína C-reativa e interleucina 6, como uma possível consequência da ingestão de Ayahuasca e sua correlação com níveis séricos de cortisol e fator neurotrófico derivado do cérebro. Amostras de sangue foram colhidas na fase pré-tratamento e 48 horas após a ingestão da substância para avaliar a concentração de biomarcadores inflamatórios, juntamente com a aplicação da Escala de Avaliação de Depressão de Montgomery-Åsberg.

Resultados: No período pré-tratamento, os pacientes apresentaram níveis de proteína C reativa mais elevados do que os controles saudáveis ​​e uma correlação negativa significativa entre a proteína C reativa e os níveis de cortisol sérico foi revelada (rho = –0,40, n = 14). A proteína C reativa nesses pacientes não foi correlacionada com os scores da Escala de Avaliação de Depressão de Montgomery-Åsberg. Foi observada uma redução significativa dos níveis de proteína C reativa ao longo do tempo em pacientes e controlos tratados com Ayahuasca, mas não com placebo. Os pacientes tratados com Ayahuasca mostraram uma correlação significativa (rho = + 0,57) entre maiores reduções de proteína C reativa e menores sintomas depressivos nas 48 horas após a ingestão da substância (Escala de Avaliação de Depressão de Montgomery-Åsberg). Nenhum resultado significativo em relação à interleucina 6 e fator neurotrófico derivado do cérebro foi encontrado. Além disso, esses biomarcadores não previram a resposta antidepressiva ou as taxas de remissão observadas.

Conclusões: Estes resultados melhoram a compreensão dos mecanismos biológicos por de trás dos efeitos antidepressivos observados da Ayahuasca e incentivam mais ensaios clínicos em adultos com depressão.




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