Análise da Terapia Assistida por Psilocibina na medicina: uma revisão narrativa
5 de fevereiro de 2022, Cureus
Autores: Shawn Ziff, Benjamin Stern, Gregory Lewis, Maliha Majeed, Vasavi Rakesh Gorantla
Cogumelos contendo psilocibina têm sido consumidos por várias culturas em muitas partes diferentes do mundo ao longo de milhares de anos. A psilocibina, um psicadélico clássico, contém propriedades psicoativas únicas e foi incorporada em cerimónias religiosas e investigada quanto ao seu valor medicinal. Em meados do século XX, a psilocibina, juntamente com a maioria dos outros psicadélicos clássicos (agonistas 5HT-2A), foi classificada como uma substância da Categoria I, interrompendo a investigação sobre a sua utilidade medicinal. O ressurgimento de ensaios clínicos envolvendo psilocibina no século XXI tem vindo a produzir resultados promissores no tratamento de perturbações aditivas, depressão e perturbações de humor relacionados com doença com baixa sobrevida. Os resultados desses estudos mostraram reduções significativas na depressão e ansiedade quando comparados com um placebo, e um estudo não encontrou diferença significativa quando comparado a um inibidor seletivo de recaptação de serotonina (ISRS) prescrito rotineiramente (escitalopram). Estudos realizados com pacientes com doença oncológica em estadio avançado demonstraram que a psilocibina também pode ser benéfica na redução da depressão e ansiedade associadas a crises psicológicas devido a um diagnóstico de doença com baixa sobrevida. A terapia com psilocibina no tratamento da dependência, notoriamente difícil de tratar, mostrou resultados animadores. Devido à sua baixa toxicidade e baixo risco de uso abusivo, a psilocibina apresenta o potencial de ter uma influência significativa na área da medicina relacionado com as dependências. A investigação sobre a utilização de psilocibina neste campo tem-se concentrado principalmente na dependência de nicotina e de álcool e, em alguns pequenos ensaios abertos, mostrou superioridade sobre as terapias convencionais. A psilocibina tem um mecanismo de ação relativamente único e incompletamente compreendido, o que permite que seja administrada em vários períodos isolados. Este regime de dosagem pouco frequente demonstrou produzir efeitos duradouros e com toxicidade mínima. Esta revisão analisa o potencial da psilocibina no tratamento das dependências, depressão e perturbações de humor em doenças com baixa sobrevida. Além disso, discutirá as dificuldades envolvidas na realização de investigações científicas com as substâncias psicadélicas, efeitos adversos e as medidas terapêuticas necessárias para acompanhar a administração segura e eficaz destas substâncias.
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