Avaliando o uso potencial de psicadélicos serotoninérgicos nas Perturbações do Espectro do Autismo
27 de janeiro de 2022, Frontiers (in Pharmacology)
Autores: Athanasios Markopoulos, Antonio Inserra, Danilo De Gregorio, Gabriella Gobbi
Evidências clínicas e pré-clínicas recentes apontam para efeitos empatógenos e pró-sociais provocados por compostos psicadélicos, notadamente os agonistas serotoninérgicos 5-HT2A dietilamida do ácido lisérgico (LSD), psilocibina, N,N-Dimetiltriptamina (DMT) e seus derivados. Estes resultados sugerem um potencial terapêutico das substâncias psicadélicas para alguns dos traços comportamentais associados às perturbações do espectro do autismo (PEA), uma condição do neurodesenvolvimento caracterizada por comportamento social atípico.
Nesta revisão, destacamos evidências que sugerem que os psicadélicos podem melhorar algumas das atipias comportamentais das PEA, incluindo comportamento social reduzido e ansiedade e depressão altamente comórbidas. Em seguida, discutimos sistemas neurobiológicos desregulados nas PEA e como estes podem estar subjacentes ou potencialmente limitar os efeitos terapêuticos dos psicadélicos. Esses fenómenos incluem: 1) função sináptica, 2) sinalização serotoninérgica, 3) atividade do córtex pré-frontal e 4) sinalização talamocortical. Por fim, discutimos estudos clínicos das décadas de 1960 e 1970 que avaliaram o uso de psicadélicos no tratamento de crianças com PEA. Destacamos os resultados comportamentais positivos desses estudos, incluindo humor e comportamento social melhorados, bem como os efeitos adversos desses ensaios, incluindo aumentos no comportamento agressivo e estados dissociativos e psicóticos.
Apesar das evidências preliminares, mais estudos são necessários para determinar se os benefícios do tratamento com psicadélicos nas PEA superam os riscos associados ao uso desses compostos nessa população e se o recetor 5-HT2A pode representar um alvo para distúrbios sociocomportamentais.
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