Efeitos antidepressivos rápidos da Ayahuasca na depressão resistente ao tratamento: um estudo randomizado controlado por placebo
15 de junho de 2018, Cambridge University Press
Autores: Fernanda Palhano-Fontes , Dayanna Barreto , Heloisa Onias , Katia C. Andrade , Morgana M. Novaes , Jessica A. Pessoa , Sergio A. Mota-Rolim , Flávia L. Osório , Rafael Sanches , Rafael G. dos Santos , Luís Fernando Tófoli , Gabriela de Oliveira Silveira , Mauricio Yonamine , Jordi Riba , Francisco R. Santos , Antonio A. Silva-Junior , João C. Alchieri , Nicole L. Galvão-Coelho , Bruno Lobão-Soares , Jaime E. C. Hallak , Emerson Arcoverde , João P. Maia-de-Oliveira, Dráulio B. Araújo
Estudos open-label recentes mostraram que psicadélicos, como a Ayahuasca, são promissores como antidepressivos de início rápido no tratamento da depressão resistente ao tratamento.
Métodos: Para testar os efeitos antidepressivos da Ayahuasca, os autores reailizaram um estudo randomizado, duplo-cego, controlado por placebo, em 29 pacientes com depressão resistente ao tratamento. Os pacientes receberam uma dose única de Ayahuasca ou placebo. Os autores avaliaram as mudanças na gravidade da depressão com a Escala de Avaliação de Depressão de Montgomery-Åsberg (MADRS) e a escala de Avaliação de Depressão de Hamilton na baseline e em 1 (D1), 2 (D2) e 7 (D7) dias após a administração.
Resultados: Foram observados efeitos antidepressivos significativos da Ayahuasca quando comparados com placebo em todos os momentos. Os scores da MADRS foram significativamente menores no grupo Ayahuasca em comparação com o placebo em D1 e D2 (p = 0,04) e em D7 (p < 0,0001). Os tamanhos de efeito entre os grupos aumentaram de D1 para D7 (D1: d de Cohen = 0,84; D2: d de Cohen = 0,84; D7: d de Cohen = 1,49). As taxas de resposta foram altas para ambos os grupos em D1 e D2, e significativamente maiores no grupo Ayahuasca em D7 (64% v. 27%; p = 0,04). A taxa de remissão mostrou uma tendência de significância no D7 (36% v. 7%, p = 0,054).
Conclusões: Este é o primeiro estudo controlado a testar uma substância psicadélica na depressão resistente ao tratamento. No geral, este estudo traz novas evidências que apoiam a segurança e o valor terapêutico da Ayahuasca, administrada num ambiente apropriado, no tratamento da depressão.
Artigos relacionados
Alterações nos biomarcadores inflamatórios estão relacionadas com efeitos antidepressivos da Ayahuasca
10 de julho de 2020 • Journal of Psychopharmacology • Nicole Leite Galvão-Coelho, Ana Cecília de Menezes Galvão, Raíssa Nóbrega de Almeida, Fernanda Palhano-Fontes, Isaac Campos Braga, Bruno Lobão Soares, João Paulo Maia-de-Oliveira, Daniel Perkins, Jerome Sarris, Draulio Barros de AraujoEfeito terapêutico de um análogo da Ayahuasca em pacientes clinicamente deprimidos: um estudo observacional longitudinal
24 de janeiro de 2022 • Psychopharmacology • Kim van Oorsouw, S W Toennes, J G Ramaekers