Estudo exploratório controlado dos efeitos supressores da Enxaqueca pela Psilocibina
12 de novembro de 2020, Neurotherapeutics
Autores: Emmanuelle A. D. Schindler, R. Andrew Sewell, Christopher H. Gottschalk, Christina Luddy, L. Taylor Flynn, Hayley Lindsey, Brian P. Pittman, Nicholas V. Cozzi & Deepak C. D’Souza
Embora evidências anedóticas sugiram que agonistas de receptores selecionados de 5-hidroxitriptamina 2A (5-HT2A), incluindo a psilocibina, possam ter efeitos terapêuticos duradouros após doses limitadas na cefaleia/enxaqueca, existe ainda uma carência de ensaios clínicos controlados.
Num estudo duplo-cego exploratório, controlado por placebo, cruzado, adultos com enxaqueca receberam placebo oral e psilocibina (0,143 mg/kg) em 2 sessões espaçadas por 2 semanas. Os indivíduos mantiveram diários de cefaleia começando 2 semanas antes da primeira sessão até 2 semanas após a segunda sessão. Os efeitos fisiológicos e psicológicos das substâncias foram monitorizados durante as sessões e vários contactos de acompanhamento foram realizados para garantir a segurança dos procedimentos do estudo. Dez sujeitos foram incluídos na análise final.
Durante o período de 2 semanas medido após a administração única, a redução nos dias semanais de enxaqueca desde a baseline foi significativamente maior após a psilocibina (média, − 1,65 (IC 95%: − 2,53 a − 0,77) dias/semana) do que após a administração de placebo (− 0,15 (− 1,13 a 0,83) dias/semana; p = 0,003, t(9) = 4,11). Mudanças na frequência de enxaqueca nas 2 semanas após a psilocibina não foram correlacionadas com a intensidade dos efeitos psicotrópicos agudos durante a administração do medicamento. A psilocibina foi bem tolerada; não houve eventos adversos inesperados ou graves ou retiradas devido a eventos adversos.
Este estudo exploratório sugere que há um efeito terapêutico duradouro na enxaqueca após uma única administração de psilocibina. A separação de efeitos psicotrópicos agudos e efeitos terapêuticos duradouros é um achado importante, exigindo uma investigação mais aprofundada sobre o mecanismo subjacente aos efeitos clínicos de agonistas dos receptores 5-HT2A na enxaqueca, bem como em outras condições neuropsiquiátricas.
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