Potenciais efeitos terapêuticos da Psilocibina
30 de junho de 2017, Neurotherapeutics
Autores: Matthew W. Johnson & Roland R. Griffiths
A psilocibina e outros psicadélicos clássicos agonistas dos recetores 5-hidroxitriptamina-2A têm sido usados há séculos como sacramentos nas culturas indígenas. Em meados do século XX, estas substâncias foram um estudadas na Psiquiatria como "sondas" da função cerebral e como terapêutica experimental. No final dos anos 1960 e início dos anos 1970, essas investigações científicas caíram em desuso atendendo ao facto de os psicadélicos clássicos estarem a ser usados fora da investigação médica e associados com a Contracultura emergente. No entanto, no século XXI, o interesse científico pelos psicadélicos clássicos voltou e cresceu como resultado de vários estudos promissores, validando investigações anteriores. Neste artigo, é feita uma revisão da investigação clínica sobre a psilocibina, o psicadélico clássico que tem sido o foco das investigações mais recentes. Para perturbações de humor e ansiedade, três estudos controlados sugeriram que a psilocibina pode diminuir os sintomas de depressão e ansiedade no contexto de sofrimento psiquiátrico relacionado a doença oncológica por pelo menos 6 meses após uma única administração aguda. Um pequeno estudo aberto em pacientes com depressão resistente ao tratamento mostrou reduções nos sintomas de depressão e ansiedade 3 meses após duas doses agudas. Para perturbações do uso de substâncias, pequenos estudos piloto abertos mostraram taxas de sucesso promissoras para no que toca ao abuso de tabaco e álcool. Os dados de segurança desses vários ensaios, que envolvem triagem cuidadosa, preparação, monitorização e acompanhamento, indicam a ausência de reações adversas graves relacionadas com este fármaco. Efeitos adversos modestos relacionados com a substância no momento da administração são facilmente controlados. O financiamento federal dos EUA precisa de investir mais nesta investigação terapêutica da psilocibina, uma vez que tal se revela importante de forma a investigar minuciosamente a eficácia, a segurança e os seus mecanismos terapêuticos.
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