Psicadélicos e esquizofrenia: alterações distintas na inferência Bayesiana
13 de setembro de 2022, NeuroImage
Autores: Hardik Rajpal, Pedro A.M. Mediano, Fernando E. Rosas, Christopher B. Timmermann, Stefan Brugger, Suresh Muthukumaraswamy, Anil K. Seth, Daniel Bor, Robin L. Carhart-Harris, Henrik J. Jensen
A esquizofrenia e os estados induzidos por certas substâncias psicotomiméticas podem compartilhar algumas propriedades fisiológicas e fenomenológicas, mas diferem em aspetos fundamentais: um é uma doença mental crónica incapacitante, enquanto os outros são estados temporários, induzidos farmacologicamente, atualmente a serem explorados como tratamentos para doenças mentais. De forma a explorar uma compreensão mais profunda dessas diferentes alterações da consciência, os autores comparam as mudanças na dinâmica neuronal induzida por LSD e ketamina (em voluntários saudáveis) com aquelas associadas à esquizofrenia, conforme observado em gravações de M/EEG em estado de repouso. Embora ambas as condições exibam maior diversidade de sinais neuronais, estes resultados revelam que tal é acompanhado por um aumento da entropia de transferência da anterior para posterior no cérebro na esquizofrenia, versus uma redução geral sob as duas substâncias psicadélicas. Além disso, os autores revelam que esses efeitos podem ser reproduzidos por meio de diferentes alterações da inferência Bayesiana, padrão aplicado num modelo computacional baseado na estrutura de processamento preditivo. Em particular, os efeitos observados sob os psicadélicos são modelados como uma redução da precisão dos antecedentes, enquanto os efeitos da esquizofrenia correspondem a uma maior precisão da informação sensorial. Estas descobertas lançam uma nova luz sobre as semelhanças e diferenças entre a esquizofrenia e dois estados psicotomiméticos provocados por substâncias e têm implicações potenciais para o estudo da consciência e futuros tratamentos de saúde mental.
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