Tratamento Psicadélico em Doenças Neurológicas Funcionais: uma revisão sistemática
11 de abril de 2020, Therapeutic Advances in Psychopharmacology
Autores: Matthew Butler, Mathieu Seynaeve, Timothy R. Nicholson, Susannah Pick, Richard A. Kanaan, Andrew Lees, Allan H. Young, and James Rucker
As doenças neurológicas funcionais (DNF), anteriormente conhecidas como perturbações conversivas são responsáveis por uma elevada carga de incapacidade e angústia, sendo uma das condições clínicas mais comuns em serviços neuropsiquiátricos. Ainda assim, as armas terapêuticas são limitadas. Tem havido um interesse recente no potencial terapêutico das substâncias psicadélicas, como a psilocibina e a dietilamida do ácido lisérgico (LSD), e em estudos recentes os psicadélicos mostraram ser prometedores no tratamento de uma série de condições neuropsiquiátricas. Pensa-se que a modificação dos circuitos neuronais associados à auto-representação seja um dos mecanismos subjacentes a alguns dos efeitos das substâncias psicadélicas, e como algumas teorias contemporâneas das doenças neurológicas funcionais se centram em auto-representações somáticas aberrantes, os psicadélicos podem, portanto, representar uma opção terapêutica pouco explorada para as DNF. Revimos sistematicamente estudos envolvendo o uso de substâncias psicadélicas nas DNF. Nove estudos publicados entre 1954 e 1967, com um total de 26 pacientes, foram identificados. Devido à restrição do licenciamento de substâncias psicadélicas desde este período, não foram identificados estudos modernos. Na maioria dos casos, os pacientes receberam psicoterapia com variável administração combinada de substâncias psicadélicas (numa combinação conhecida como "terapia psicolítica"), com protocolos que variam entre estudos. 69% (n=18) dos doentes foram considerados como tendo tido pelo menos alguma recuperação com base em critérios heterogéneos e subjectivos. Eventos adversos foram na sua maioria suaves e transitórios; contudo, pelo menos um paciente terminou o estudo devido a efeitos angustiantes. Todos os estudos incluídos foram de baixa qualidade, faltando frequentemente grupos de controlo e medidas válidas de resultados. Embora não se possam tirar conclusões sobre a eficácia a partir destas dados, mais investigação pode ajudar a determinar se os psicadélicos oferecem uma tratamento eficaz para as DNF.
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