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Uma única infusão de Ketamina combinada com terapia motivacional na Perturbação do Uso do Álcool: um estudo piloto randomizado controlado por midazolam

KetaminaEnsaio Clínico

2 de dezembro de 2019, The American Journal of Psychiatry

Autores: Elias Dakwar, Frances Levin, Carl L. Hart, Cale Basaraba, Jean Choi, Martina Pavlicova, Edward V. Nunes

Objetivo: A farmacoterapia e os tratamentos comportamentais para a perturbação do uso de álcool são limitados relativamente à sua eficácia, e novos tratamentos com mecanismos inovadores são necessários. Neste estudo piloto, os autores testaram se uma única infusão subanestésica de ketamina administrada a adultos com dependência de álcool e envolvidos em terapia motivacional tem impacto nos resultados do consumo.

Métodos: Os participantes foram aleatoriamente distribuídos para uma administração intravenosa de 52 minutos de ketamina (0,71 mg/kg, N=17) ou o controlo ativo midazolam (0,025 mg/kg, N=23), fornecido durante a segunda semana de visitas em ambulatório de 5 semanas, concomitantemente com terapia motivacional. O uso de álcool após a infusão foi avaliado, com a abstinência confirmada pelo teste de etilglicuronídeo na urina. Um modelo de efeitos mistos logísticos longitudinal foi usado para modelar a abstinência diária de álcool durante os 21 dias após a infusão de ketamina.

Resultados: Os participantes (N = 40) eram na sua maioria de meia-idade (idade média = 53 anos [DP = 9,8]), predominantemente brancos (70,3%) e empregados (71,8%) e consumiam uma média de cinco bebidas por dia antes de entrar o estudo. A ketamina aumentou significativamente a probabilidade de abstinência, atrasou o tempo de recaída e reduziu a probabilidade de dias de consumo excessivo em comparação com o midazolam. As infusões foram bem toleradas, sem participantes removidos do estudo como resultado de eventos adversos.

Conclusões: Verificou-se que uma única infusão de ketamina melhora as medidas de consumo de álcool em pessoas com dependência de álcool envolvidas em terapia motivacional. Esses dados preliminares sugerem novas direções nos tratamentos integrados farmacológicos e comportamentais para a perturbação do uso de álcool. Mais estudos são necessários para replicar estes resultados promissores em amostras maiores.




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