Uso adjuvante de Ketamina no tratamento da abstinência grave de etanol
1 de agosto de 2018, Critical Care Medicine
Autores: Anthony F. Pizon, Michael J. Lynch, Neal J. Benedict, Joseph H. Yanta, Adam Frisch, Nathan B. Menke, Greg S. Swartzentruber, Andrew M. King, Michael G. Abesamis, Sandra L. Kane-Gill
Objetivos: A ketamina oferece um mecanismo plausível com cinética favorável no tratamento da abstinência grave de etanol. O objetivo deste estudo é determinar se uma diretriz de tratamento utilizando uma infusão de ketamina adjuvante melhora os resultados em pacientes que sofrem de abstinência grave de etanol.
Tipo de estudo: Estudo de coorte observacional retrospectivo.
Contexto: Hospital Académico Terciário.
Pacientes: Pacientes admitidos na UCI e diagnosticados com delirium tremens pelos critérios do DMS-5.
Avaliação e Principais Resultados: Um total de 63 pacientes foram incluídos (29 pré-diretriz; 34 pós-diretriz). Os pacientes tratados com ketamina foram menos propensos a serem intubados (odds ratio, 0,14; p < 0,01; IC 95%, 0,04–0,49) e tiveram uma permanência na UCI diminuída em 2,83 dias (IC 95%, –5,58 a –0,089; p = 0,043). Para o outcome de dias de permanência de UCI, os coeficientes de correlação foram significativos para nível de álcool e dosagem total de benzodiazepinas. Para o outcome de dias de internação, os coeficientes de correlação foram significativos para idade do paciente, aspartato aminotransferase e nível de alanina aminotransferase. A regressão revelou que o uso de ketamina foi associado a uma diminuição não significativa na permanência hospitalar em 3,66 dias (IC 95%, –8,40 a 1,08; p = 0,13).
Conclusões: A terapia adjuvante com ketamina pode atenuar a contribuição neuroexcitatória demonstrada pela estimulação do receptor N-metil-d-aspartato na abstinência grave de etanol, reduzir a necessidade de sedação excessiva mediada por agonista do ácido gama-aminobutírico e limitar a morbilidade associada. Uma infusão de ketamina em pacientes com delirium tremens foi associada a uma redução da necessidade da utilização de agonistas de ácido gama-aminobutírico, menor tempo de permanência na UCI, menor probabilidade de intubação e tendência a uma hospitalização mais breve.
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